terça-feira, 6 de abril de 2021

Com pandemia, mercado de games cresce 140% no Brasil

Estudo da Visa mostrou que transações feitas em plataformas e consoles mais que duplicaram no ano passado 

Ramon Nunes

fonte: Valorinveste

em: 23/01/2021

Em meio à pandemia e ao isolamento social trazido por ela, muita gente precisou encontrar formas alternativas de entretenimento e diversão dentro de casa. Uma das principais saídas usadas pelos brasileiros foram os jogos eletrônicos. Prova disso é que as transações financeiras feitas nas principais plataformas e consoles de jogo cresceram 140% em 2020 ante 2019, segundo um estudo feito pela bandeira de cartões Visa.

Segundo a companhia, também foi registrado um aumento de 105% na quantidade de cartões realizando compras de jogos ou extensões entre outubro de 2019 e setembro de 2020.

O ticket médio gasto nas plataformas de games, no entanto, se manteve estável. Os valores giraram em torno de R$ 51. Porém, a Visa mapeou que ao longo do ano alguns períodos registraram picos. O principal deles aconteceu em março, logo no começo da pandemia, quando o valor médio gasto chegou a R$ 56.

“Mesmo que a flutuação do câmbio tenha sido bastante considerável durante o ano, o volume de transações de cada mês, entre maio e setembro de 2020, superou o mês de dezembro de 2019, quando o faturamento costuma crescer por conta das festas de fim de ano”, afirma Oscar Pettezzoni, diretor da Visa Consulting & Analytics.

Dualshock 3 - Joystick do Playstation 4
Imagem: Ufla


São Paulo e Rio dominam

A maior concentração de transações com games no Brasil ocorreu nas seguintes cidades: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS). Em 2019, Belo Horizonte (MG) ocupada o quinto lugar.

 

Ricos estão "on"

A Visa ainda mapeou que foram os clientes de alta renda que mais gastaram: 45% das transações entre abril e setembro do ano passado vieram deles. No mês de setembro, inclusive, houve uma alta de 35% nas transações desses consumidores em relação ao ano anterior.

 

Venda de equipamentos

A venda de chamados "periféricos gamers" também cresceu no ano passado. Segundo a HyperX, que produz equipamentos como teclado, mouse, mousepad, headset, a alta nas vendas foi de 50% no Brasil e de 107% na América Latina.

 

Jogos para celular

Os jogos para celular também ganharam espaço em 2020. Se antes os chamados "gamers" (nome dado às pessoas que jogam com frequência) se concentravam nos videogames e computadores, agora eles também passaram a usar o celular, especialmente com a popularização de jogos como o Free Fire. A desenvolvedora de games Etermax teve, em 2020, um crescimento de 120% em usuários ativos diários, 25% acima da previsão original.

O que faz a indústria gamer seguir crescendo em tempos de pandemia?

Mesmo diante de uma crise mundial, o mercado gamer corre contra a correnteza 

Ramon Nunes

Fonte: canaltech

em: 11/02/2021


À medida que a quarentena se alonga, manter as pessoas em casa tem significado cada vez mais um motivo de preocupação para os negócios da maior parte das indústrias. Mas não para todas. Com estimativas de crescimento acima dos 10% para a América Latina, o mercado de jogos eletrônicos é um exemplo de quem saiu de 2020 bem longe de qualquer tipo de crise. Aliás, muito ao contrário.

Movimentando bilhões de dólares anualmente, o segmento gamer tem crescido de forma sólida há anos, expandindo seu ecossistema de forma consistente — vale lembrar que essa indústria, além dos jogos, envolve uma cadeia enorme de profissionais, indo dos desenvolvedores de jogos aos fabricantes de equipamentos e acessórios, e passando por jogadores profissionais e amadores, entusiastas, influenciadores, narradores, streamers e muito mais. Ainda assim, a verdade é que 2020 trouxe um impulso impossível de ser desconsiderado nesse cenário: o isolamento social.

Segundo relatório da consultoria chinesa Tencent, cerca de 2,7 bilhões de novos jogadores foram atraídos a este mercado no último ano, com a maioria entrando no segmento após o início das medidas restritivas. Eles foram conquistados, basicamente, por uma indústria que não para de se reinventar e que – como poucas – já sabia lidar bem com alguns elementos digitais que foi apresentado para muitos apenas agora, como as reuniões on-line, shows virtuais, por exemplo.

Jogos mobile viram febre
Imagem: radioimprensa


Não por acaso, portanto, estamos falando de um setor em evidente expansão, que mesmo diante da pandemia pode se manter firme em seu ritmo de crescimento robusto em todo o globo. A mesma análise vale, no caso, para o Brasil, onde estimativas indicam faturamento superior a US$ 1,5 bilhão, além do incremento de quase 10 milhões de novos jogadores à área e o brutal crescimento no número de horas de conexão à Internet.

Evidentemente, a necessidade de ficar em casa se transformou em um facilitador para a alavancagem do mercado gamer, mesmo diante das oscilações impostas pela pandemia. Ainda assim, o fato é que apenas um segmento com valor agregado poderia alcançar tal feito. Em tempos de redução nos custos, os gamers apareceram como uma opção de qualidade, entre outras coisas, para entregar entretenimento e dinâmica à vida das pessoas.

Isso não quer dizer, contudo, que a indústria não teve de se adaptar ou mudar rotas por conta da crise instalada pela COVID-19. A chegada deste ‘novo público’ trouxe à tona, também, novos hábitos, expectativas e demandas a serem atendidas por todos os agentes do ecossistema gamer do Brasil. Nesse sentido, a própria indústria tem participado de um processo de expansão de suas fronteiras. Como exemplo, podemos destacar as ações de divulgação de conteúdos que incentivam novatos a seguirem carreira na área, apresentando diferentes oportunidades, caminhos e como se tornar um profissional destas diferentes posições.

Outra dessas mudanças, sem dúvida, é o fortalecimento de consumidores “multitarefas”. Hoje, é muito mais fácil encontrar pessoas que dividem seus equipamentos, por exemplo, entre o dia a dia de suas profissões e a paixão pelos jogos. Em um ambiente cada vez mais híbrido, em que casa e trabalho estão mais ligados do que nunca, essa é uma característica que não podemos descartar.

O que não muda, independentemente desse jogador ser mais casual ou profissional, é a exigência contínua por alta performance. Seja para o trabalho ou para o game, ter desempenho acima da média é um requisito-chave para quem deseja avançar nesse segmento.

Isso vale para qualquer plataforma ou device, embora seja ainda mais perceptível no segmento de PCs. Os notebooks são cada vez mais procurados para suprir as demandas dos jogadores atuais, justamente por agregar mobilidade à capacidade do jogo.

O perfil do gamer é a cada dia mais variado, e – por isso mesmo - a expansão do cenário gamer não se reduz apenas aos jogos em si. Por exemplo: também tem crescido a divulgação de competições e as transmissões (na TV). De acordo com um levantamento nos Estados Unidos, a audiência de partidas virtuais via streaming aumentou mais de 30%, após o início da quarentena. Além disso, o número de views das apresentações relacionadas ao cenário gamer no YouTube também dispararam nos últimos meses, atingindo casas inimagináveis.

Esse é, portanto, um consumidor multitarefa e multitela, que busca entretenimento e desempenho de forma concomitante. Essa é, afinal, a grande notícia aqui: os jogadores brasileiros continuam a querer o melhor e os jogos são, sim, uma nova ferramenta para gerar lazer e diversão das pessoas. Esse é o papel dos jogos hoje, seja no PC, no console, na TV, ou no celular – estar junto dos jogadores e expandir fronteiras.

A ideia é parar em frente à tela e jogar, dando vida a personagens e situações muito mais dinâmicas do que podemos esperar da vida real – sobretudo agora, em tempos de pandemia. Mérito da indústria de jogos e das tecnologias presentes nos computadores que nos permitem, hoje, simular mundos inteiros a partir de poucos botões.

Com pandemia, mercado de games cresce 140% no Brasil

Estudo da Visa mostrou que transações feitas em plataformas e consoles mais que duplicaram no ano passado   Ramon Nunes fonte: Valorinveste ...